Instituto Oldemburg ::

Projetos Editoriais

Uma das missões primordiais do IOD é promover o acesso da população brasileira ao livro, com especial empenho na valorização da literatura nos universos complementares da Educação e da Cultura, para preservar a memória dos acontecimentos e dos trabalhos de pensadores relevantes da História do Brasil.

A editora Câmera Books responde pelo braço de produção editorial do IOD, dedicado a projetos especiais ligados ao resgate da identidade brasileira através de registros fotográficos ou históricos, além de atender autores de ensaios ou literatura que desejem alternativas ao circuito comercial em busca de um tratamento diferenciado para seus títulos.

A produção editorial do IOD está focada em promover a cultura brasileira através do investimento de patrocinadores alinhados com a proposta de lançar títulos em contextos criados especificamente para os temas abordados, buscando sempre ampliar o alcance e considerar o aspecto social de disseminação da leitura e da cultura brasileira entre novos públicos e entre a população menos favorecida.

Aqui alguns títulos já publicados pela editora.

TERRA BRASILEIRA

A natureza brasileira retratada pelas lentes sensíveis da fotógrafa Cristina Oldemburg, que nesse ensaio traz registros de riquezas naturais brasileiras em macro fotografia de solos arenosos, ouro e cristais transparentes. A artista valoriza, por meio de recortes e detalhes, tanto reentrâncias da terra, em suas linhas indefinidas, quanto grafismos luminosos resultantes de um complexo amálgama do mundo mineral.

O trabalho é produto de mais de 20 anos de registros realizados em diferentes regiões do país, pesquisando a riqueza geológica e investigando as potencialidades plásticas e poéticas da matéria terrosa brasileira.

O livro, edição bilíngue em acabamento de luxo, traz em 132 páginas mais de 50 fotos selecionadas em ensaios fotográficos realizados em seis estados brasileiros (AM, GO, MG, MS, MT e PB). A intenção da artista foi registrar imagens que pudessem despertar uma nova relação do homem com o meio ambiente brasileiro a partir de um olhar de respeito profundo sobre seus detalhes e beleza inusitada dos solos.

A fotógrafa de fato conseguiu captar, com sensibilidade, porções pouco conhecidas da paisagem brasileira, revelando a riqueza e a força do mundo mineral brasileiro.

VIAGEM AO BRASIL

Um documento de época raro, originalmente escrito em alemão gótico e nunca antes editado, apenas com trechos publicados como citações. Em parceira com o Museu Histórico Nacional, o IOD com exclusividade tornou acessível a leitura dessa raridade em língua portuguesa com o objetivo aproximar os leitores da história do Brasil.

O título apresenta a aventura de Franz Joseph Frühbeck que chegou à cidade do Rio de Janeiro em 1817 como parte da comitiva que acompanhou a princesa Leopoldina na sua vinda para o Brasil. A curiosidade e a vontade de viajar pelo mundo e conhecer terras novas motivou o jovem austríaco a atravessar o oceano na condição de assistente do bibliotecário da futura imperatriz do Brasil.

A narrativa parte da descrição do dia a dia da vida no barco que conduziu a princesa recém-casada ao encontro de seu marido, o príncipe português d. Pedro e que viria a ser o primeiro imperador do Brasil depois da proclamação da Independência nacional em 1822. A singularidade da crônica de viagem está no fato de valorizar os hábitos e costumes cotidianos que marcaram os modos de viajar naquela época.

Ao longo do tempo, Frühbeck se tornou mais conhecido pelas aquarelas que produziu para retratar as situações vividas durante sua viagem e que foram expostas depois de seu retorno a sua terra de origem. O sucesso de seus desenhos motivou a publicação desse relato de viagem que representou os mesmos fatos observados e descritos na criação de suas pinturas.

CHAMADO DA SELVA

O livro documenta a correspondência de dois importantes pioneiros dos estudos sobre os índios brasileiros. Os alemães Curt Nimuendajú e Herbert Baldus são considerados os fundadores da etnografia brasileira. Nas cartas trocadas, os dois pesquisadores registram a memória da investigação de diversas tribos brasileiras, demonstrando como é difícil o mergulho antropológico na cultura do outro. São documentos que trazem descrições densas e válidas das culturas pesquisadas, hoje consideradas pedras fundamentais da etnografia nacional. A correspondência entre Niemandajú e Baldus é um valioso tesouro educativo e cultural de valor histórico e científico entregue ao público brasileiro. Os arquivos de Curt.Nimuendaju foram destruídos no incêndio do Museu Nacional transformando está publicação em um legado cultural único.

A edição do livro pelo IOD é uma ação de preservação do patrimônio nacional, em suas dimensões antropológica, etnográfica e sociocultural. Lançado em 2018, o livro veio a público num momento particularmente difícil para os índios brasileiros, ameaçados nos seus direitos à terra, às suas expressões culturais e à sua própria sobrevivência. Sua publicação tem por objetivo de servir à demonstração da importância da preservação do modus vivendi de nossos índios, bem como suas respectivas tradições culturais, para que o Brasil possa, de fato, atingir o patamar de país civilizado.

REAL GREEN

O mais recente livro de Virgílio Gibbon, doutor em Economia pela FGV, professor da FGV, PUC, IME e do Instituto Rio Branco, foi lançado pelo IOD com o objetivo de discutir soluções para a implantação de uma nova economia mais justa e menos poluente, sob a ótica do sistema financeiro que na verdade é o cerne do processo decisório que pode ou não viabilizar uma economia de baixa emissão de carbono.

O Prof. Virgílio é uma voz experiente e de notório saber no assunto: a pedido do Ministério do Comércio e Indústria, conceituou e implantou na BM&F o Mercado Brasileiro de Reduções de Emissões durante a vigência do Protocolo de Quioto, além de ter coordenado, pela FGV, a implantação do primeiro projeto de Reduções de Emissões por Desmatamento Evitado no Acre, premiado pela ONU.

O Brasil sempre ocupou uma posição de liderança no cenário internacional no que diz respeito à formulação das políticas de mudanças climáticas. Além de ter sediado a Rio 92 e a Rio+20, deu muitas contribuições que acabaram por se tornar paradigmáticas no combate ao aquecimento global. O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), por exemplo, que introduziu o comércio internacional de Reduções de Emissões e consubstanciou o princípio da “responsabilidade comum, porém diferenciada” no âmbito do Protocolo de Quioto, foi um dos inúmeros aportes que conferiram ao nosso país uma posição de destaque nas negociações multilaterais.

Nos últimos anos, entretanto, a participação brasileira veio perdendo o seu protagonismo. Títulos como Real Green, com um pensamento crítico e progressista sobre assunto, são fundamentais para resgatar nosso papel nessa discussão central para o futuro da humanidade. O IOD se sente honrado por ter sido escolhido pelo professor Virgílio para editar obra de tamanha relevância no cenário mundial de hoje.